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Ministro ordena inquérito a desacatos em Luanda

30 de Junho, 2019

O Ministério do Interior anunciou ontem que instaurou um "rigoroso inquérito" aos acontecimentos registados quinta-feira no Distrito Urbano do Sambizanga, em Luanda, com alterações à ordem pública e violência contra a polícia, após a morte suspeita de um cidadão.

O departamento ministerial refere, em comunicado, que o inquérito visa apurar "com verdade, isenção e transparência" as circunstâncias que estiveram na base da morte de um cidadão angolano, bem como os desenvolvimentos posteriores.
Quinta-feira, num outro comunicado, o Comando Provincial em Luanda da Polícia Nacional indicou que familiares de um cidadão - que apresenta como vítima de morte súbita - colocaram o caixão com o cadáver dentro da 9ª Esquadra, junto ao ex-mercado Roque Santeiro, responsabilizando as autoridades pela sua morte, o que desencadeou tumultos no local, que resultou no ferimento de vários agentes e danificadas viaturas, além do edifício policial.
A vítima, 25 anos, segundo a Polícia, e 22 anos, de acordo com um primo, tinha sido detida pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) no dia 18 deste mês, tendo sido solto dois dias depois.
“O cidadão em causa veio a falecer no dia 24 de Junho de 2019, quatro dias após ter sido solto por ordem da Procuradoria-Geral da República, quando participava numa partida de futebol, tendo uma morte súbita”, refere o comunicado da Polícia. “O Comando Provincial de Luanda repudia veementemente os actos de vandalismo e todas as acções ilícitas decorrentes dos tumultos e apela aos cidadãos à resolução pacífica dos conflitos", salienta o documento.
O comunicado do Ministério do Interior, divulgado já ao princípio da noite de quinta-feira, dá conta que vários agentes ficaram feridos, sem apontar um número exacto, tendo sido danificadas 15 viaturas, 12 das quais pertencentes a civis.
“Face à gravidade do assunto e à existência de informações contraditórias sobre o que se passou, o Ministério do Interior ordenou à Inspecção Geral do Minint a proceder a um rigoroso inquérito, com vista a determinar com verdade, isenção e transparência, as circunstâncias que estiveram na base da morte do cidadão, bem como os desenvolvimentos posteriores a este facto”, lê-se no documento.
O departamento governamental aconselhou os familiares da vítima a manterem “a serenidade” e apelou à população para “não enveredar em actos que atentem contra a ordem e segurança públicas” e a recorrer aos meios legais existentes.